quinta-feira, janeiro 28

ENTREVISTA: Ricardo Caneco brinda-nos com algumas das suas histórias


Mais uma entrevista com revelações surpreendentes de quem já anda nisto há algum tempo. Ricardo Caneco, teclista do "Jazz d`Inguilhim" (Casino), disponibilizou parte do seu tempo para nos brindar com as suas histórias de Carnaval. Eis a entrevista...

SN: Se calhar começava por te colocar esta questão de forma diferente, talvez assim seja mais facil para ti responder. Qual a sala de baile que ainda não tiveste oportunidade de tocar durante o carnaval?

R. Caneco: Na sala da Pederneira. Mas “fiz” um Baile de Natal e um outro de Ano Novo mais o Francisco Taveira. Talvez um dia destes!

SN: Será que nos podes deixar um pequeno resumo do teu "currículo" como músico de Carnaval?

R. Caneco: No Planalto realizei seis Carnavais:
• 1993, com os “HIPER”, de Tó-Zé Pequicho e os Borda d’Água;
• 1994, com os “PAZ d’ALMA”, com Paulo Maurício (Coelho) e Américo Matias;
• 1996, ’97 e ’98 com a “BANDA DA PIÚGA”, com Américo Matias e João Miguel Carvoeiro;
• 2000, com a “BANDA DOS TRAZENTES”, com F. Taveira e J.M. Carvoeiro;
No Mar-Alto realizei dois Carnavais:
• 2002 e 2003, com os “TALIBANDA”, com Zé Rui e J.M. Carvoeiro;
No Casino, vou para o quinto Carnaval:
• 2006, ’07, ’08, ’09 e ’10 com “Ú JAZZ d’INGELHIM”, com F. Taveira e Valter Loureiro e com André Codinha nas primeiras edições.
Pelo meio, em 2005, com F. Taveira, “fiz” o carnaval em Leamington, Canadá.
Contas feitas, vou para o décimo quarto carnaval (fora os de verão) e conto chegar aos trinta!

SN: Ao longo dos anos o Carnaval da Nazaré tem vindo a sofrer alterações. Como vês o noss' entrude nos dias de hoje?

R. Caneco: Sinais dos tempos, de maior controlo e organização, julgo que estamos a perder a característica principal que nos distingue, pela positiva, de outras localidades que apostam no Carnaval como Loulé, Ovar ou T. Vedras: a espontaneidade. Associada a esta perda de espontaneidade está a perda de autenticidade. Precisávamos de libertarmo-nos de tantas regras, imposições e controlos como por exemplo, o mote que limita a liberdade criativa do autor.

SN: E nas salas de baile, o que mudou?

R. Caneco: O que mais gostava nos bailes era ouvir do vocalista, mesmo antes de tocar nos bailes, era o “é fim-de-série, podem descansar!” Depois, punha-se o som baixinho, de fundo, e as crianças aproveitavam para brincar, os adultos para ir ao bar e as senhoras para porem a conversa em dia. Eram momentos de pura confraternização.
O Intervalo grande (que na terça-feira durava uma hora e meia) era o pretexto para irmos para casa de amigos comer à fartazana ou para namorarmos com mais privacidade. Voltávamos para o baile (ou íamos visitar outros) cheios de alegria e de energia, ora essa!
Agora é “sempre a abrir”, o que também é bom, mas tenho saudades daqueles tempos…

SN: O ano passado, para além do Jazz d`Inguilhim, fizeste parte da Banda da Coina. Qual o segredo para te adaptares rapidamente a uma banda que tem um estilo muito próprio de tocar?

R. Caneco: O instrumento que eu toco (teclados) permite uma adaptação rápida a bandas de carnaval. Por outro lado, o facto de eu tocar com muitos músicos diferentes ao longo do ano dá-me o traquejo e a experiência necessária para que me adaptasse ao estilo da “BANDA DA COINA” sem qualquer problema.

SN: Um dos problemas dessa tarefa era, obviamente, teres de passar horas a fio a tocar. Como geriste essa situação?

R. Caneco: Tinha identificado previamente os dois potenciais problemas: costas e necessidades fisiológicas. Tratei de arranjar uma posição confortável a tocar e não bebia muita água e nem toquei na cerveja… Esqueci-me dos pulsos que doíam à força toda a partir de terça-feira (se calhar porque estive a tocar até ao meio-dia e tal no “Parlapié After-Hours!”).

SN: O que sente um músico quando vê uma sala de baile completamente cheia em delirio?

R. Caneco: Uma sala cheia e em delírio é o sonho de qualquer músico. Obviamente que sentimos essa energia que faz com que nós vamos buscar forças onde não julgávamos ter e transmitimos para o público outra dose de loucura carnavalesca. É um círculo contínuo.

SN: Entre tantas marchas, existentes no vosso repertório, existe alguma que te dê mais prazer tocar?

R. Caneco: Tem tudo a ver com a questão anterior: marchas preferidas são aquelas que levantam as pessoas das cadeiras para irem despegar-se para o meio da sala!

SN: Lembro-me perfeitamente que o teu blogue (Vista do Suberco), foi o primeiro a anunciar a existência do Sky Naza. O que tens achado da evolução deste projecto?

R. Caneco: Tens tido uma evolução consistente e refrescante, apresentando novos conteúdos e novos formatos. Este tipo de entrevista é exemplo disso mesmo. Continua a noticiar, opinar e dar cor à nossa blogosfera!

SN: Deixa uma breve mensagem a todos os foliões que nos visitam diariamente.

R. Caneco: Continuem a visitar o Sky Naza e bom Carnaval!
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